23 de janeiro de 2010

O Linguiceiro da rua do Arvoredo

Primeiro vou pedir desculpas pelo post 'ctrl+c ctrl+v' de hoje, mais eu to na minha irmã e ta difícil de postar aqui, então tive que apelar pra não ficar sem nada. Mais a fonte está devidamente colocada no final.

-

"Você já ouviu falar no caso do linguiceiro da rua do Arvoredo? É uma história antiga, que sobreviveu por anos a fio pela tradição oral e por muito tempo, acreditou-se que se tratava apenas de uma lenda urbana. A história oficial em vão buscou abafar a história, mas a verdade é que a cidade entrou para a galeria dos crimes mais hediondos por causa de um homem, talvez o maior facínora de seu tempo. Tudo começou em 1863, na provinciana Porto Alegre dos tempos do Segundo Império. Naquele tempo, a capital era a quarta maior do Brasil, com cerca de 20 mil habitantes, 4 mil casas, 18 edifícios públicos e sete igrejas. Foi na cidadela que se encastelava na península central de ruas sem calçamento e cheia de tocas de tatu de escravos fugidos que nasceu o mito de José Ramos, o insuspeito açougueiro que fazia lingüiça de restos humanos. Ramos era considerado como um discreto gentil-homem, elegante e viajado, como se saísse das páginas de um romance de Alexandre Herculano. Era visto em casas de ópera da cidade e consta que tinha excelente gosto musical. Na verdade, ele era uma espécie de inspetor de polícia que foi obrigado a fugir de Santa Catarina após matar o próprio pai. Em Porto Alegre, o assassino se tornou um homem da lei. Foi quando ele conheceu Catarina Pulse, magiar descendente de alemães, nascida na Transilvânia (é verdade!). Casada, viu o marido se matar na própria frente durante a viagem ao Brasil. Essa mulher de personalidade enjeitada conheceu o nobre José Ramos. O amor bandido de ambos deu origem à lenda dos carniceiros. As primeiras vítimas — sempre gente de fora — eram fisgadas por Catarina no Beco da Ópera (hoje a rua Uruguai, no coração de Porto Alegre). Atraídos pelos dotes físicos da mulher, eles iam para o cadafalso por um trajeto obscuro de ladeiras, do velho Beco do Poço até a rua da Igreja (hoje Duque de Caxias), até a casa dele — um sobrado que ficava atrás da antiga Matriz, na rua do Arvoredo, hoje Fernando Machado. Ali ocorreu o primeiro latrocínio, segundo registros da época. Pior que isso, nos fundos da Igreja da Matriz (onde hoje resiste bravamente a Catedral) ficava o cemitério da cidade. Como a chuva amiúde lavava o terreno, não era raro encontrar fêmures e caveiras rolando sorridentes pela rua do Arvoredo. Como ninguém queria alugar aquela casa, Ramos e Catarina se mudaram para lá, transformando aquele pardieiro refugado pela sociedade no seu ninho de amor e lascívia. Era ali, naquele ambiente íntimo, que eles matavam as suas vítimas, com requintes de crueldade... Com técnica refinada, cada corpo era degolado, esquartejado, descarnado e cortado com capricho e em fatia, para serem acondicionados em baús. Para o trabalho, o açougueiro contava com a ajuda de Carlos Claussner — que pouco tempo depois seria transformado em lingüiça pelo comparsa. Com o moedor, ele fazia guisado da carne e preparava o produto, oferecido para toda a cidade em seu açougue da rua da Ponte (hoje Riachuelo, fundos da Igreja Nossa Senhora das Dores). Consta que a lingüiça de José Ramos era muito apreciada. Desbaratado o caso em 1894, Ramos foi condenado à forca e Cataria morreu louca num hospício. A despeito de todo o escândalo, os crimes da rua do Arvoredo foram propositalmente ignorados pela imprensa de época. Em sua pesquisa, porém, Décio Freitas constatou que a história repercutiu em jornais da França e do Uruguai! José Ramos ganhou a fama do terror de Porto Alegre, no século XIX. Décio Freitas faz nesse livro uma pesquisa histórica sobre a realidade do episódio, apesar de conter muitas lacunas, uma vez que dos três processos realmente movidos, dois desapareceram e claramente se vê desejo de abafar o caso, pelo inquérito transcrito que, em nenhum momento menciona o fato das vítimas serem transformadas em lingüiças, mesmo quando Catarina afirma isso categoricamente."

Fonte: diplomaticacsi.blogspot

Bons pesadelos...

31 comentários:

Bortz disse...

Excelente essa história. Achei ela meia engraçada afinal isso parece algo ao estilo de desenho animado. E o mais interessante foi a questão da lingüiça fazer sucesso. Será carne humana tem sabor melhor que dos outros animais xD. Parabéns pelo post.

Anônimo disse...

Isso me fez lembrar Sweeney Todd:O barbeiro demoníaco da Rua Fleet, que se estou certa é baseado em uma lenda urbana de Londres, seria interessante um post sobre, fica a sugestão. Muito bom blog!

Pimenta disse...

Yes, foi verdade.Em porto alegre teve outro caso,o dos pastéis de rato!
Os clientes quase morreram de desgosto!Conta-se que eram os mais saborosos da cidade.
bjo

Pimenta disse...

Yes, foi verdade.Em porto alegre teve outro caso,o dos pastéis de rato!
Os clientes quase morreram de desgosto!Conta-se que eram os mais saborosos da cidade.
bjo

L.eoanrdo disse...

historia famosa aqui em porto alegre... a rua do arvoredo eh muito bonita.. o///... tb temos nossos seriais killers..

Brinatti disse...

boa história (:

Emery disse...

História muito interessante mesmo.Quem diria em pleno século XIX , o Brasil já tinha o seu próprio serial killer !!!

Unknown disse...

Isso me fez lembrar Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet +1

Tia Saya disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
EricGruby disse...

Ótimo post, mesmo sendo CTRL+C CTRL+V =D

pookiie2 disse...

mmmmmmm diliça.

StarBlack . disse...

meu avô me contava uma história bem parecida quando eu era pequena, ele é gaúcho, eu adorava *-*
muito bom o posto (:

John disse...

Isso me fez lembrar Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet [2]

Pequena Estrela, se possível tenta ler esse livro: "A i]Incri]ível Tecnologia dos Antigos" tem ótimas histórias para serem contadas e até aprofundadas.

Gisele disse...

Bom post ;)

Eu já conhecia essa história mas não sabia que era d porto alegre XD

Unknown disse...

Que fome...

Anônimo disse...

Tipo, tem uma história parecida que foi verdade. Em 1941, no meio da 2° Guerra mundial, a Alemanha sofri de uma enorme inflação. Com os preços nas alturas, a comida era incrivelmente cara. Mas um açougueiro de Berlim vendia linguiça a um preço camarada. Depois de muito tempo, se descobriu que elas eram feitas de putas, isso mesmo o cara matava as prostitutas e usava a carne pra encher linguiça.

Gostei muito do post, muito obrigado.

Anônimo disse...

Uma puta linguiça! haushauushauaha.

LuKs disse...

Esse post me fez lembrar de uma das pérolas da minha infância. Quando eu chamava SERIAL KILLER de CEREAL KILLER!!!

Vai entender! xD

Tbm tinha o SADANGO CEM e o DIABO AQUÁTICO.. mas isso ja eh otra história. rsrsrs

Unknown disse...

shaushaushaushas.. essas oras q da gosto ser catarinense :P

K@RIN@ OLIVEIR@ disse...

Isso me fez lembrar Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet [3]

made in Brazil

Anônimo disse...

gostei mto do post
ouvi essa história já acho q vou visitar essas ruas pois morro em porto alegre ahwehawhehaw
aqui ò poderiam fazer um post sobre o conteúdo desta revista
http://mundoestranho.abril.com.br/pageflip/index.shtml?width=1000&height=540

Anônimo disse...

gostei mto do post
ouvi essa história já acho q vou visitar essas ruas pois morro em porto alegre ahwehawhehaw
aqui ò poderiam fazer um post sobre o conteúdo desta revista
http://mundoestranho.abril.com.br/pageflip/index.shtml?width=1000&height=540

Anônimo disse...

isso parece sweeney todd
hahwehawe
poderiam fazer umpost sobre esse filme até

Anônimo disse...

Muito bom o post. \o
Conhecia essa história, já.
Houve uma vez que li uma matéria sobre canibalismo, onde um cara definiu que a carne humana tinha 'um sabor semelhante à carne do porco, mas um pouco mais salgada'.
deve ser... hm... interessante de provar. lol

Kari disse...

Isso me fez lembrar Sweeney Todd:
O barbeiro demoníaco da Rua Fleet[4]
Em pensar que passo por esses lugares quase todos os dias... Puxa!

Léo Ottesen disse...

Sweeney Todd com certeza, em cada mínimo detalhe. Até a época é a mesma.
Aliás, como tinham loucos em 1800 né não o.O'

♣ Rafilsky ♣ disse...

me lembrou a história da condessa elizabeth, a bloddy mary... seria esse casal os mais antigos seriais killers do brasil!?

♣ Rafilsky ♣ disse...

lembrando que o preto amaral, suposto primeiro serial killers, veio meio século depois

Carol Machado disse...

foi otimo poder contar com seu blog,pois faço magistério tenho aulas de teatro onde vamos fazer a peça baseado neste caso.muito obrigada pr ter sido util

Marcos* disse...

Sim, eis aí uma história que Porto Alegre nunca esqueceu, ainda hoje volta e meia ouve-se comentários sobre ela até mesmo em conversas de rua aqui na cidade. Confesso, aliás, que já percorri a pé toda a extensão da rua Coronel Fernando Machado (nome atual da Rua do Arvoredo) tentando imaginar em que altura dela ficaria o famoso açougue...

Nemesis disse...

Bem interessante.

"Consta que a lingüiça de José Ramos era muito apreciada."

Mas o que que é isso hein? hehehe