31 de janeiro de 2011

Taphofobia - MEDO de ser Enterrado Vivo

"O Medo me pediu um post, e após algum trabalho eu o fiz! Caramba, passei dias procurando creepypastas, li um monte de não tive medo de nenhuma. O problema sou eu ou a qualidade vem caindo mesmo?"



O sepultamento é um fato comum a várias culturas após a morte de um indivíduo. O corpo é enterrado tanto por razões higiênicas, para prevenir infecções possivelmente fatais, quanto razões religiosas ou espirituais, para permitir a passagem do espírito do falecido para o além-vida. Mas e quando se é enterrado ainda com vida? Esse é um medo que assombra várias pessoas ainda hoje.

O ato de se enterrar uma pessoa ainda com vida (enterro precoce, como também é conhecido) pode ser tanto intencional quanto acidental. O enterro intencional foi amplamente usado para fins de tortura e execução, assim como de suicídio, mas também como embuste para pessoas que planejavam falsificar a própria morte.
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Usado como execução, o enterro precoce remonta à antiga Roma. As vestais eram sacerdotisas da deusa do lar Vesta, e assim como a deusa à qual serviam, deveriam manter seu voto de castidade. Se havia uma suspeita de que uma vestal havia quebrado seus votos, ela era enterrada ainda viva em uma parede, com um pouco de água e pão. Se fosse realmente inocente da acusação, acreditava-se que Vesta a salvaria. Esse foi o destino da mãe dos fundadores da cidade de Roma, Rômulo e Remo, após ter sido violentada pelo deus da guerra Marte e dado à luz os gêmeos. Outra vestal, uma jovem chamada Cláudia Quinta, conseguiu escapar desse destino ao pedir à deusa Cibele uma prova de sua inocência. Usando a faixa de seda de suas vestes, Cláudia arrastou a pedra sagrada de Cibele, que estava encalhada no rio, até o templo da deusa no meio da cidade de Roma, provando assim que tinha mantido seus votos.



Na tradição cristã, alguns santos foram martirizados por terem sido enterrados vivos, como São Castulo, que organizava cerimônias cristãs dentro do palácio do imperador Diocleciano. Tendo sido traído por um seguidor, ele foi torturado e enterrado vivo num poço de areia na Via Labicana. Outro santo enterrado vivo foi São Vitalis de Milão, descoberto após encorajar outro santo que estava prestes a ser executado. São Vitalis também foi enterrado num poço de areia, e pedras foram postas em cima para garantir que morreria.

O enterro de pessoas vivas era usado como punição para assassinos que não se arrependiam na Itália medieval, sendo inclusive mencionado na Divina Comédia de Dante Alighieri. Na Rússia dos séculos XVI e XVII, mulheres que haviam matado seus maridos eram executadas dessa forma, o último caso remontando a 1740. Na Segunda Guerra Mundial, soldados japoneses executaram civis chineses dessa forma, especialmente durante o massacre de Nanjing.

Existem também pessoas que se voluntariam a ser enterradas enquanto vivas como um faquir indiano chamado Sadhu Haridas. Segundo uma história local, Sadhu foi enterrado vivo na frente do marajá e de um oficial britânico por volta de 1840, passando dez meses enterrado (ou quarenta dias, algo bem mais plausível). O local era guardado dia e noite por soldados, e duas vezes o caixão onde o faquir estava foi desenterrado para garantir que ele continuava lá. Ao se passar esse período, Sadhur foi retirado do caixão na presença do mesmo marajá e do oficial, e surpreendeu a todos ao ainda estar vivo e garantir ter tido “um ótimo sono”. O governo indiano declarou o ato de se ser enterrado vivo voluntariamente ilegal, devido a várias mortes causadas por pessoas tentando replicar o feito de Sadhur.

Mais recente, e com mais provas, foi o enterro do famoso mágico Harry Houdini. Por duas vezes Houdini tentou o enterro precoce: uma em 1917, em Santa Ana, na Califórnia, onde foi enterrado sem caixão a sete palmos embaixo da terra. Houdini quase morreu, tendo força apenas para colocar sua mão para fora do solo antes de desmaiar e ter que ser puxado por seus assistentes; ele escreveu em seu diário que o peso da terra era terrível, e que esse era um truque muito perigoso. A segunda tentativa foi em agosto de 1925, quando Houdini tentou expor um mago egípcio que dizia ser capaz de sobreviver enterrado em um caixão por uma hora. Houdini foi trancado num caixão e submerso na piscina do Hotel Shelton em Nova York por uma hora e meia, e sobreviveu apenas controlando seu fôlego. Jamie Hyneman, um dos Caçadores de Mitos, também tentou a façanha, planejando passar duas horas num caixão enterrado. O experimento foi abortado, porém, pois o peso da areia era tanto que o caixão de aço onde Jamie se encontrava estava começando a envergar.

De forma acidental, o enterro precoce pode acontecer quando um médico inexperiente declara uma pessoa morta quando ela não está. Pessoas que sofrem de narcolepsia, um distúrbio que as faz cair num sono profundo repentinamente, ou catalepsia, onde há uma rigidez anormal e incontrolável do corpo, podem ser vítimas dessa prática. Pessoas num coma muito profundo, ou que foram expostas a certas substâncias que diminuem consideravelmente os batimentos cardíacos e a atividade cerebral também podem ser declaradas mortas quando não estão. Essa é a verdade por trás dos zumbis vudu: o chamado “pó de zumbi”, cuja receita é secreta, contém substâncias que induzem a vítima a um estado de coma profundo, com as funções vitais no mínimo. A pessoa em coma pode ser então declarada morta por engano e enterrada, acordando futuramente em seu caixão e entrando em desespero. Nesse momento ela é desenterrada pelo feiticeiro vudu (bókor), que tentará convencê-la que é um zumbi. Pessoas que passaram certo tempo dentro de caixões podem ter danos cerebrais graves que minam sua força de vontade, podendo ser então controladas facilmente pelo bókor.

Por volta do século XIX, histórias de pessoas sendo enterradas vivas causaram pânico na Europa. A medicina da época não era tão avançada, e os roubos de corpos muito comuns. Falava-se de ladrões que abriam covas para encontrar seus ocupantes ainda vivos lá dentro, o que causou a construção dos chamados Caixões Seguros, que possuíam meios de alertar pessoas na superfície caso seus ocupantes ainda estivessem vivos, como sinos (E daí viria a expressão “salvo pelo gongo”, segundo uma lenda urbana. Mas é falso.), e meios para mantê-los vivos até o resgate chegar, que incluíam periscópio para a entrada de ar, reservatórios com comida e água, vidro que podia ser quebrado e que levava a um caminho até a superfície, entre várias outras invenções que foram patenteadas na época.

Porém, há vezes em que o resgate não chega. Normalmente, ao acordar assustada num caixão, a pessoa gasta rapidamente todo o oxigênio no ambiente, morrendo então asfixiada ou envenenada pelo gás carbônico que exalou. Também são causas de óbito em pessoas enterradas vivas a desidratação, a inanição, e em pessoas que foram enterradas em locais frios, a hipotermia (Nota da Autora: Nessa parte alguém faz uma piada de humor negro envolvendo o fato da pessoa já estar dentro do caixão...).

Taphofobia é o medo de ser enterrado vivo. Outras fobias relacionadas são a Claustrofobia (Medo de lugares fechados sem chance de escapar), a Nyctofobia (Medo do escuro), e a certo ponto, a Tanatofobia (Medo da morte).

Na ficção, o enterro precoce aparece principalmente em histórias de terror. Várias histórias de Edgar Alan Poe tratam do assunto, como o conto Enterro Precoce (Premature Burial), sobre uma pessoa que sofre de Taphofobia, A Queda da Casa de Usher (The Fall of the House of Usher), O Barril de Amontillado (The Cask of Amontillado) e O Gato Preto (The Black Cat). Mais recente, o filme “Enterrado Vivo”, que conta a história de um caminhoneiro que foi vítima de um enterro precoce intencional, estreou no cinema e foi bem recebido pela crítica.



Você tem Taphofobia ?


Esse post foi escrito pela Leitora Rina, que já mandou excelentes posts para o medo como: "A Lenda do Vampiro" e "A Lenda do Lobisomem"

Aqui tem o episódio do Mythbusters - Enterrado Vivo, mas está em inglês, sem legendas.

Bju Rina =**
Bons Pesadelos...

30 comentários:

Junior disse...

FIRST
Adorei o post

Bivar disse...

Muito bem elaborada, escrita e explicada a história através dos tempos sobre a Taphofobia.

Parabéns, Rina e ao pessoal do Medo B!

Estão de parabéns, sempre curto ler mais sobre fobias e outros assuntos que vocês começaram a abordar aqui. Continuem assim!

Agora irei ler os outros posts que a Rina escreveu, hehe.

Mr. Yck disse...

Eu tenho.
Já avisei todo mundo que quero ser enterrado com um celular.

Excelente post (Y)

Unknown disse...

Já avisei todo mundo que quero ser enterrado com um celular. E se o celular n pegar? eu quero ser enterrado com 10 tubos de oxigenio e ter um soco ingles hsuAHAUShASU

Unknown disse...

Muito boa a matéria a Rina está de parabéns!

Wilian Gomes disse...

Parabéns! Post muito bom! thumbs up!

Unknown disse...

Eu quero ser cremado mesmo, "morro" de medo de ser enterrado vivo. Se for creamdo vivo, com alguma doença que me faz perder os sentidos, bem, não tem muito doque reclamar depois da cremação rsrs Excelente post!

Yara Chan disse...

Eu não tenho Taphofobia, mas conheço uma pessoa que tem (e Tanatofobia também), e não pode nem tocar no assunto com ela que essa pessoa fica dias sem dormir e come muito mal... Mas acho que todo mundo tem medo de ser enterrado vivo, mas algumas pessoas possuem esse medo o tempo inteiro (dai vem a fobia).
Eu ouvi a um tempo atras de um caso conhecido da minha familia que morreu, mas depois de um tempo, ninguem sabe o porque, teve que abrir o caixão novamente, e o que encontraram foi o corpo revirado e a tampa do caixão por dentro toda arranhada...

Eu nem sabia que o meu maior medo chega a ser uma fobia! (Nyctofobia - Medo do escuro. Eu tenho Claustrofobia também...)

K@RIN@ OLIVEIR@ disse...

ÓTIMO POST! REALMENTE ESSE É UM MEDO DA HUMANIDADE, INCLUSIVE MEU, POR ISSO QUERO DOAR MEUS ÓRGÃOS OU PASSAR PELA AUTÓPSIA PRA NÃO TER ERRO! PREFIRO MORRER ANTES DA HORA DO Q PASSAR POR ISSO!

Ale Bellan disse...

Excelente post! Com certeza ser enterrado vivo é algo que realmente dá muito medo... Por esse e por outros motivos prefiro a cremação mesmo.
abraços.

Loren disse...

Exelente post! Realmente mto bom!
Eu tenho taphofobia, portanto jah disse pra todo mundo que quero ser cremada e minha mae ainda fica fazendo piadinha... naum tem graça.

Bia~* disse...

Bom, pra quem comentou... Tenho uns comentários aos comentários *risos*.
1~ Ser enterrado com o celular não adianta nadinha de nada. O celular não tem a mínima chance de ter sinal sob tanta terra.
2~ Autópsia é feita apenas quando a pessoa é assassinada. Se você for enterrado vivo, provavelmente foi porque perdeu completamente os sentidos, e morreu de "causas naturais". Portanto, não passará por autópsia. E se seus órgãos forem retirados você não acha que vai doer não? Porque no caso você ainda estaria vivo, bem como no caso de ser cremado.
Eu acho que não tem jeito. Hoje é muito mais difícilm você errar o diagnóstico de alguém que morreu, ou não morreu, que está apenas nesta espécie de coma.
Antigamente era muito mais fácil se ver este tipo de erro acontecer.
Porém, se você for vítima, a não ser como o amigo falou, se você não tiver uns galões de oxigênio com você, você não tem chance.

Eu morro de medo disso. Não sei se chega a ser uma fobia, porque não fico pensando nisso o tempo todo. Mas quando penso sinto calafrios.
E sempre me faço outra pergunta: a morte cerebral e o coração que nãpo bate mais realmente significa que você morreu? Tipo, e se você ainda sente e vê as coisas? Então, teriamos milhares de pessoas mortas, porém não mortas. Confuso, não? Eu também acho. Mas eu penso nisso de vez em quando.
Muito bom o post. Sempre quis ler mais a respeito disso.
;*

little joy disse...

Cara, posta sobre a creepypasta do Username 666. No Vale Tudo da Uol ( o vt ) Tem várias creepypastas. Mas o do Username 666 é a melhor que eu ja vi.

Lays Matos Neri disse...

tem o filme enterrado vivo que fala sobre isso.. todo mundo pode dizer qe naoo tem essa fobia, mas com certeza bateria um desespero em qualquer um que fosse enterrado vivo.

LuKs disse...

Acho que QUALQUER pessoa no MUNDO deve ter Taphofobia...

Letícia Menezes disse...

Interessante o post. Eu tenho um livro de um cara que sempre faz brincadeiras com os amigos na despedida de solteiro e nao despedida de solteiro dele, os amigos fazem uma brincadeira de enterrar ele vivo por duas horas, mas acontece um acidente e os amigos dele morrem num acidente... TENSO.

NOme do livro: Simples Demais

Gisele disse...

Eu desejo ter uma morte rápida e o menos dolorosa possível. Além do enterramento vivo, duas mortes que eu tenho muito medo é morrer soterrada ou queimada viva o.o

Otimo post =D

Danilo Cesar disse...

Cara adorei seu site muito bom!
Depois que conheci ele sempre venho aqui dar uma olhadinha!

gosto mto mesmo!

Mais to axando que ultimamente ele ta meio Morno!
Sem muita coisa entusiasmante para ler!

Ultimamente vc ta postando conteudo mto demodê

Qdo conheci li mta coisa aqui!
interessante!
assunto q assustava mesmo!
e q intrigava e deixava agente vidrado!

vc poderia abrir uma sessão pra visitantes do site postar alguma coisa!
nao so vir aki nos comentarios e deixar 1 conteudo!

mais postar alguma historia interessante!
algo q aconteceu...ou alguma experiencia sobrenatural...

Eu tenho 2 historias boas para contar...

Se vc quiser...

Mr. Me disse...

Ainda bem que a tecnologia evolui e que eu não sou um velho neurastênico que não confia em nenhuma novidade tecnologica. Tenho a certeza que quando eu morrer, é por quê eu morri mesmo nessa P... e não tem mais nada pra fazer. Né?

Ana disse...

Outro conto do Poe que tem aí isso de ser enterrado vivo é Berenice... a própria sofre de catalepsia e é enterrada ainda viva (mas é só um detalhe na história).

Enfim, enfim...
Eu não MORRO de medo disso. É claro que é apavorante pensar na situação, mas não acho que alguém vá me dar como morta sem eu estar, de fato...

K@RIN@ OLIVEIR@ disse...

Bia A AUTOPSIA NÃO É FEITA SÓ EM CASOS DE ASSASSINATO NÃO, EU NÃO SEI ESPECIFICAR SE TEM ALGUM CASO EM Q ELA NÃO É FEITA, MAS ATÉ Q EU SAIBA ELA PODE NÃO SER FEITA SE OS PARENTES DA PESSOA NÃO AUTORIZAREM, CASO CONTRÁRIO ELA FAZ PARTE DO PROCEDIMENTO PARA SABER A CAUSA DA MORTE, JÁ TIVE PARENTES Q MORRERAM DE DOENÇAS E PASSARAM PELA AUTOPSIA DA MESMA FORMA.

ACHO Q ISSO PODERIA ATÉ SER PAUTA DAQUI DO BLOG.

Carol disse...

Ai, gente! Sinceramente, não tenho medo de nada, A NÃO SER borboletas... Me dá o filme do Massacre da Serra Elétrica q eu assito almoçando e tomando todynho, agora fala q tem uma borboleta na porta de casa q eu ñ entro! kkkk

Moteofobia total!

Alfa disse...

http://alfa-medoavolta.blogspot.com/
para os fans de terror ;D belo post
medo b

Ana Gabriela disse...

Por isso mesmo q prefiro ser cremada... Eu tenho Taphofobia sim XD

jamile disse...

boa idéia a do celular!
já pedi pra doar todos os órgãos possíveis!!

Mariana disse...

Aaah eu tenho Taphofobia, por isso eu sempre digo que vou ser cremada u_u

Lololala disse...

Imagina que você é Cremada ainda Viva . MWAHAHA . Tenso . Eu quero ser enterrada com uma pá , e uma Metrelhadora . :D

Hip Hop and black gospel disse...

eu tenho quando eu morrer quero ser cremado ou eu mesmo contruirei o meu tumulo ja preparado para esse tipo de incidente.

lisa disse...

eu tenho horror a isso,pedi minha mae para ficar em cima da terra uma semana.

Doominique disse...

Taanto faaz