22 de novembro de 2013

Madrugada de Domingo

Antes de mais nada, preciso dizer que este conto não é inventado. O que irei lhes contar aqui é uma história verídica que aconteceu comigo e meus amigos. O motivo que me levou a escrever isto foi o clima no qual estávamos e uma história um tanto assustadora contada por um deles - justamente o mais cagão. Não leia isto esperando uma ficção sobrenatural ou coisa assim, pois o conteúdo abaixo é apenas o relato de uma madrugada de domingo entre amigos, ok? Caso ainda esteja lendo isto, sinta-se a vontade e espero que goste.



Já era madrugada, algo em torno de 1:30 de domingo e estávamos entediados. Eu e mais três amigos acabamos reunidos no apartamento do nosso amigo Kleinu pra jogar video game e encomendar algumas pizzas; esta era a programação noturna. Poucas horas antes nós havíamos saído com algumas gurias. A noite foi mesmo boa, saiu tudo como planejado, mas a madrugada já estava se tornando realmente cansativa. As pizzas estavam sendo digeridas a muito tempo, e jogar GTA V não estava mais nos mantendo entretidos. Decidimos então sair do apartamento e dar umas voltas de carro pela cidade.



Lá fora estava ficando cada vez mais frio e uma leve cortina de neblina aumentava essa sensação.
Contribuímos cada um com uma quantia para poder encher o tanque do carro e em seguida partimos. A cidade estava vazia, poucos carros circulavam. Olhei para meu celular, ele marcava 1:55. A nossa programação pelas horas seguintes era esta: ficar dando voltas pela cidade, ultrapassando sinais vermelhos, acelerando em pista reta, e procurando casas de festa com alguma festa ainda rolando. Encontramos algumas, e em um delas haviam carros de polícia parados em frente. Passamos lentamente para ver melhor oque estava acontecendo, mas não foi possível devido a quantidade de gente que estava ao redor. Não havia pessoas chorando ou gritando, então com certeza era só mais uma briga ou confusão que saiu de controle; coisa comum nesse tipo de festa onde todo tipo de gente se reúne. Mais a frente uma mulher de vestidinho vermelho dava um tapa no rosto de um cara. Dobramos a esquina dando risada.

Olhei meu celular, ja estava passando das 3:00 da manhã. Nossa programação perdeu a graça bem rápido e todas aquelas voltas me deixaram com um embrulho no estômago. Por sorte, a esta altura as pizzas já haviam sido completamente digeridas.

O tédio começou a tomar conta, e em meio a conversas e piadinhas aleatórias, de repente surgiu um assunto intrigante entre nós. Segundo nosso amigo Helmut, uma noite ele e o Kleinu estavam dando voltas de madrugada, da mesma forma como estávamos fazendo naquele momento. No caminho eles passaram por uma rua onde algumas casas e apartamentos estavam para alugar. Em uma destas casas - um pequeno edifício de apenas dois andares -, havia uma senhora idosa sentada na sacada com a cabeça baixa; ela estava completamente imóvel. Era inverno aqui no Rio Grande do Sul, porém, aquela senhora estava lá, sentada de camisola, exposta ao vento gelado e ao sereno da noite. Eles desaceleraram o carro para poder observar melhor. A senhora não se mexia e nem nada. Os dois ficaram intrigados, imaginando se ela estava morta ou coisa assim. - Não era brincadeira, eles realmente estavam pensando que ela poderia estar morta, pois era a unica explicação lógica para aquilo. - Logo que a rua acabou, dobraram a direita e decidiram passar ali novamente, porém, quando chegaram, desta vez a senhora não se encontrava na sacada e sim dentro da casa. As luzes estavam acesas e ela estava parada de perfil na janela ao lado da porta. Como antes, eles desaceleraram o carro e ficaram observando, foi então que do nada a senhora virou o rosto e pareceu encara-los diretamente. Cagões como são, resolveram sair dali, mas mal o Kleinu pisou no acelerador, ja teve que frear. Havia um destes cachorros de rua na frente do carro, e ele simplesmente se recusava a sair. O cão começou a latir sem parar e logo outro se juntou a ele. Os dois ficaram encarando o carro de frente; eles rosnavam e não se retiraram nem mesmo quando o Kleinu buzinou e acelerou o carro, ameaçando atropela-los. A rua era estreita e não tinha como contornar os cães. Eles olharam para trás e viram a casa com as luzes apagadas, porta e janelas fechadas. Isso tudo durou menos de um minuto, mas os dois já estavam assustados o suficiente e aceleraram o carro em marcha ré, tentando voltar por onde tinham vindo.

De acordo com eles, a hora era mais ou menos a mesma que marcava no relógio naquele momento. Rapidamente eu tive a ideia de passarmos lá, pois eu queria conhecer esta tal casa. Esta história havia me animado e estava começando a me dar ideias pra um novo conto. Nossos outros amigos concordaram, apenas o Kleinu e o Helmut continuavam não querendo ir, mas nossa insistência acabou vencendo.

- Essa é a casa. - falou Helmut, assim que chegamos na rua. Era mesmo uma rua estreita.

Eu baixei o vidro e oque vi foi uma casa comum, com uma sacada pequena. Não era velha e parecia bem cuidada. Uma placa escrito ''Aluga-se.'' estava firmada contra as grades da sacada. As luzes estavam todas apagadas e as outras casas e pequenos apartamentos encontravam-se da mesma forma. Sinceramente eu não achei nada demais, Falk e Alex também estavam tranquilos, mas uma rápida olhada no Helmut e percebi o quanto ele estava nervoso - Kleinu nem tanto. Achei isso engraçado e, de forma bem inconveniente falei-lhes sobre algo que havia me recordado naquele exato momento.

- Vocês tem certeza que eram 3:00 horas quando vocês passaram aqui aquele dia? - perguntei e eles concordaram, dizendo que era algo em torno disso. - Bom, vocês sabiam que 3:00 da madrugada é a hora do demônio?

- Porra Kim! - gritou Helmut.
- Kim, guarde essas informações pra ti. - disse Kleinu.

Nossos outros amigos riam e um deles se virou interessado. Eu extremamente sério continuei: - Mas é verdade. Diz a lenda que 3:00 da madrugada é a hora que Lúcifer revoltou-se contra Deus. Portanto esta é a sua hora. Ja as 15 horas é a hora que Jesus morreu, ou seja, a hora da libertação dos anjos do bem. Nesse caso as 3:00 da madrugada seria uma espécie de deboche de Lúcifer a cerca de Jesus Cristo. - Enquanto eu falava os dois continuavam a me mandar ficar quieto, já Falk e Alex me encorajavam, então continuei: - A essa hora os portões do inferno se abrem e alguns demônios percorrem livremente o mundo dos vivos, procurando por almas corrompidas das quais possam se alimentar e... - Fui interrompido pelo barulho estridente do som do carro; Helmut havia ligado o rádio, dizendo que não queria mais ouvir oque eu estava falando. Eu até tentei falar um pouco mais alto para me fazer ser ouvido, mas foi inútil. Kleinu acelerou o carro e disse que era melhor ir embora. Enquanto o carro se afastava eu olhei pelo vidro traseiro e vi um cachorro grande deitado no meio fio da calçada, quase no mesmo lugar onde havíamos parado o carro. Eu achei estranho, pois não tinha percebido ele antes. Ver aquele cão lá até me deu um certo ''medo'', pois tenho uma imaginação fértil e tal. Enfim...

Isso já faz bastante tempo, mas ainda hoje nós incomodamos o Helmut - o mais medroso do grupo, e certamente um dos caras mais medrosos que eu já vi na vida - com a história da velha da sacada. O Kleinu nós paramos de incomodar, porque ele não é tão medroso, então não tem graça incomodar ele.

Escrito por Otávio Augusto Hoeser.

Mande seu conto para contosdomedo@gmail.com.

Sabine d'Alincourt

22 comentários:

Vitor Brandolt disse...

Não sei se entendi muito bem mas, no início era "Eu e mais três amigos", e depois na história viraram 5? Kim, Falk, Alex, Helmut e Kleinu... Ou um era o lúcifer ou tem um erro no conto.

Kim disse...

Não brother, você entendeu errado. Deve ser pq estou usando apelidos. Eu(Kim) mais 3 amigos(Helmut, Guilherme(Falk), Alexsander) nos reunimos na casa do Guilherme(Kleinu). Exatamente 5 integrantes ao todo.

Unknown disse...

Alexsander de Almeida, o Rei do Camarote

Thay disse...

tem que ter muito estômago pra voltar lá!

Kim disse...

Eu voltaria lá novamente... heuehuehue' mas não sozinho.

Daanie disse...

Aluga aquela casa, Kim AUSHAUHSAUHSA

Lucas Venceslau disse...

Bom conto. Mas faltou um desfecho final.

Varg disse...

Vc, Kim, Falk, Alex, Helmut e Kelinu ,carai cabe tudo isso no carro, quem sento no colinho do otro, hmmmmmm ta estranho essa historia emm

Kim disse...

MisterLim, não tem como haver um desfecho, pois é uma história real. Se eu fosse inventar um conto a partir disto, dai eu poderia inventar algum desfecho.

Fael, Eu(Kim) e os outros 4. O banco de trás dos carros comportam 3 pessoas sem problemas.

kkkkkk', tentando me trollar né? kkkkkkkkk'

Kim disse...

LittleFeellynsD, ce é doido? hauhsuahs'

Unknown disse...

Não entendi a parte do cachorro, mais bem é verdade não houve nenhuma coisa paranormal, mais sim um fato estranho que ocorreu, nunca aconteceu isso comigo e espero que não aconteça! (Que Deus fique sempre comigo)

Anônimo disse...

essas coisas "estranhas" também acontecem comigo as vezes,eu voltaria lá de dia pra ver o que era se alguém tivesse morrido lá ou só pra ver como é direito a casa.

Kim disse...

É uma casa pequena de dois andares só, mas bem bonitinha. A sacada é pequena também. Ta pra alugar ainda, caso alguém se interesse... kkkk'

Elih disse...

Aonde fica essa casa Kim?

Unknown disse...

minha avo tem alzheimer e costuma tentar sair de casa e ficar na rua. aqui trancamos o portao, mas se fosse apenas grade ela ia ficar exatamente igual essa senhora q vc descreveu. o q eu axei mais curioso, eh q o horario q ela faz isso eh mais ou menos esse mesmo, meio da madrugada

apoio a vinda de mais relatos como esse pra contrapor com os contos ficticios, axei diferente =)

Preciso estudar sempre disse...

qual o nome da rua da casa ?

Kim disse...

Ela fica aqui no Rio Grande do Sul, na minha cidade. Santo Ângelo.

O nome da rua eu não sei.

Fernando: realmente bem interessante isso. Só que o curioso aqui neste caso, é que a casa estava pra alugar. Eu também apoio a vinda de mais relatos desse tipo. Se acontecer alguma coisa estranha comigo e meus amigos novamente, eu trago mais um destes contos verídicos. Uma pena que eles não queiram fazer o jogo do copo... hahaha' seria legal.

Albiom disse...

nao tinha uns nomes melhores nao? kleinu? helmut? wtf???

Kim disse...

kkkkkk' eu chamei pelos apelidos.

O nome dos meus amigos são: Helmut Neto, Guilherme Kleinubing, Guilherme Falk e Alexsander Kirch.

Unknown disse...

Onde fica essa rua? é aqui em Porto Alegre?

Ângela Duarte disse...

Virei fã do Kim s2

Anônimo disse...

Oie .achei os nomes estranhos que o Kim disse que era dos seus amigos,então fui pesquisar sobre eles;e o mais interessante todos são verdadeiros (Moram em Santo Ângelo)..Kim,volta lá na casa ...por nós do Medo B que curtimos seu relato e queremos saber mais.