29 de dezembro de 2013
O Exorcista - 40 anos que dão MEDO
Uma dedicatória bajuladora provocou o diretor William Friedkin: “Se você não dirigir este filme, ninguém mais o fará”. Foi assim que o escritor William Peter Blatty encaminhou um exemplar de seu livro, o recém-lançado O Exorcista, para o então vencedor do Oscar de melhor direção por Operação França. Embora não fosse sincera —Blatty já usara tal artifício para tentar sensibilizar Mike Nichols, Arthur Penn, John Boorman, Peter Bogdanovich e até Stanley Kubrick —, a dedicatória parece ter surtido efeito com Friedkin.
No mesmo dia em que recebeu o livro, ele devorou as 340 páginas em poucas horas. E resolveu transformar a história da garota ReganMacNeill, interpretada no filme por Linda Blair, em um dos filmes mais assustadores de todos os tempos. “O Exorcista foi uma porrada. Espectadores desmaiavam, ficavam histéricos”, relembra o jornalista Peter Biskind, autor de Como a Geração Sexo-Drogas-E-Rock’n’Roll Salvou Hollywood (Intrínseca), “exibidores mantinham lixeiras à mão para socorrer quem não conseguia manter o jantar no estômago.”
No ano em que O Exorcista completa quatro décadas desde que estreou na noite do dia 26 de dezembro de 1973, William Friedkin também publicou sua autobiografia, The Friedkin Connection (ainda inédita no Brasil). Nela, confirma sua fama de genioso, temperamental e explosivo. Entre outras, Friedkin gostava de se fingir de maluco só para afrontar os executivos, despedia os assistentes de manhã e os recontratava à tarde e tinha o hábito de jogar telefones na parede.
Para extrair atuações convincentes de seus atores, ligava a câmera sem avisá-los e, em seguida, dava tiros de espingarda para o alto. Se isso não surtia efeito, chegava ao cúmulo de esbofeteá-los no rosto — não sem antes perguntar-lhes, gentilmente: “Você confia em mim, não confia?”. Não por acaso, ganhou o apelido de “Willy Maluco”. Mas, de louco, não tinha nada. Tanto que vetou as exibições-testes que a Warner planejara para O Exorcista. “Se tivessem feito, jamais teria estreado”, admite Friedkin.
Ele tinha razão. Nunca antes um filme de terror havia sido tão explícito (e desagradável) quanto O Exorcista. O filme ganhou duas das dez estatuetas do Oscar (roteiro adaptado e som) que disputou, além de quatro Globos de Ouro, incluindo o de atriz coadjuvante, para Linda Blair, com 12 anos. “Tive a chance de revê-lo há dias e pude constatar que O Exorcista não envelheceu. Continua tão apavorante como há 40 anos”, destaca o cineasta capixaba Rodrigo Aragão, autor de Mangue Negro (2008) e Mar Negro (2013).
Referência no gênero, O Exorcista inspirou uma infinidade de filmes, como Exorcismo Negro (1974), Stigmata (1999) e Invocação do Mal (2013). “Há influência de muitos filmes em Amor Só de Mãe. Se eu disser que O Exorcista não foi uma delas, estarei mentindo”, admite o cineasta gaúcho Dennison Ramalho, em alusão ao curta-metragem inspirado na canção “Coração Materno”, de Vicente Celestino. Das cenas mais assustadoras do filme, elege a aparição quase subliminar do demônio durante um pesadelo do Padre Karras (Jason Miller). “A imagem toma conta da tela por uma fração de segundo. São uns poucos fotogramas, mas, acredite, é aterrador”, garante.
O filme não fascina apenas cineastas. Coordenador do Curso Básico de Parapsicologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Fábio Raniere Mendes afirma que alguns dos fenômenos paranormais retratados no filme, como levitação ou telecinesia (capacidade de fazer os objetos se moverem) podem ser explicados como fenômenos naturais, produzidos pela mente humana. “A levitação pode ocorrer quando alguém se encontra em profundo estado de alteração de consciência. Não tenho conhecimento de casos de levitação plena”, explica.
Já o psicólogo Everton de Oliveira Maraldi, do Laboratório de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais (Inter Psi) da USP, esclarece que a possessão foi explicada de muitas maneiras, desde a neurose histérica até o que hoje se convencionou chamar de Transtorno Dissociativo de Identidade. Segundo ele, uma pessoa emocionalmente perturbada pode facilmente se masturbar com um crucifixo ou dizer obscenidades a uma autoridade religiosa. “Quanto ao surpreendente giro de 360 graus que Regan dá em sua própria cabeça, não só duvido que alguém tenha conseguido fazê-lo, como também acho pouco provável que tenha sobrevivido para contar a façanha”, ironiza.
Fonte Galileu
Bons Pesadelos...
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18 comentários:
Esse filme é muito bom, mas depois do O Grito, ele não me assusta mais. Sério, o que é aquela japonesa maluca?
Foi um filme de terror...
nao vai ter a parte 3 do penpal?
É um bom filme, claro, mas já deu o que tinha que dar. Depois que o terror asiático entrou em cena são poucos os filmes americanos que realmente me deixam com medo.
Cara, é verdade. O Grito é pesado pra caramba!
Nunca assisti o filme, mas já li o livro e acho uma das melhores histórias de terror que já vi. Lembro que, depois de ler, levava um bom tempo para conseguir dormir... Hahaha
O grito é um filme de menininha comparado ao clássico e ainda emblemático Exorcista, da década de 70.
Pqp o grito da bem mais medo que o Exorcista, fiquei noites sem dormir por causa do grito. O exorcista assisto até no meio do mato de madrugada q n da medo ...
eu devo ser a única pessoa que não sentiu medo com esse filme, achei tedioso e só assisti uma vez porque é o tipo de filme que vc assisti uma vez e depois passa pra frente. nos anos 70 pode ter provocado bastante medo, mas pra mim foi decepcionante devido ao que as pessoas falavam sobre ele.
É um filme emblemático, concordo com isso. Mas hoje em dia passa longe de assustar.
Devo ser a única pessoa que não acha o grito assustador. Na verdade é bem tedioso.
O que mais me dá nojo nos comentários de todos os posts de qualquer site é o fato das pessoas não criticarem de fato o post, apenas tentam se mostrar superior do que quem comentou acima.. Comentários do tipo "nem dá medo, eu assisto de boa, o filme é chato, eu sou o único que assiste sem sentir medo" são as formas mais estúpidas de se comentar algo... Aprendam de uma vez por todas, não queremos saber que é o mais corajoso, apenas queremos a opinião sobre o que diz o post. Se vcs são os gostosões do mundo, guarde isso pra vcs...
E quanto ao livro e filme O Exorcista, é e acredito que sempre será o melhor filme de terror da história, e provou isso vencendo o Oscar, como melhor som, roteiro adaptado, enfim, mostra que entrou pra história para não mais sair. Muito do que hoje se aplaude em bons filmes de terror, pode-se notar de longe a influência do roteiro de William Peter Blatty e da inteligente direção de William Friedkin. Claro que existem filmes bons de terror hoje em dia, como "Evil Dead", o primeiro "Jogos Mortais" e o próprio "O Grito", mas, qual deles venceu o Oscar? Qual deles é lembrado toda vez que se fala em filme de terror com saudosismo? O Exorcista é um filme de terror que não trata apenas do Diabo, mas também, e sobretudo, da impotência de uma mãe ao tentar ajudar a filha e se encontrar impotente. Me parece, as vezes, que O Exorcista, além de um terror psicológico perfeito é grande filme de gênero dramático.
O problema dos filmes de hoje é os recursos da computação. No exorcista os efeitos ficam por conta da maquiagem e muita mão de obra.
os cara falando q o grito é assustador e o exorcista é ruim,nada ve isso.
O Exocista é chato, tedioso, e nada assustador. Aliás, é apenas um drama que chega a ser cômico em alguma partes. Filmes de exorcismo são sempre tão chatos que nunca consigo assistir até o final. Só os saudosistas metidos a críticos de cinema (fingem que) gostam desse filme.
Sinceramente, eu acho que O Grito é uma porcaria !! Não me assustou em nada, nem um sustinho ...
A minha opinião é que O Grito nunca chegará aos pés do terror que existe no filme O Exorcista, que mesmo depois de 40 anos continua assustando muita gente
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