Hj vou postar um conto de outra escritora Brasileira Priscilla Vasconcelos, a mesma do conto festa macabra. Portanto fiquem agora com...
CLAUSTROFOBIA
- Ai merda. – exclamou Claudio, quando estava quase chegando no seu carro
- Que foi? – perguntou seu colega de trabalho que sempre o acompanhava até o estacionamento
- Eu tenho que voltar pra pegar uma pasta.
- Vai levar serviço pra fazer no fim de semana?
- Tem que ser. Vou lá. Até segunda!
- Até.
Claudio correu até o edifício. Pegou o molho de chaves no bolso do paletó e abriu a porta de vidro. Antes que o alarme tocasse, ele entrou e fechou a porta.
Com as mãos geladas de medo, ligou o elevador. As pernas tremendo, hesitando em entrar. Lutando contra si mesmo, entrou no elevador. Apertou o vigésimo andar e enquanto a porta se fechava na sua frente, sua respiração ficava ofegante. O habitual frio na barriga com o movimento do elevador o fez fechar os olhos. Se apoiou na parede, para não cair.
Quando o elevador parou, abriu os olhos desejando que estivesse no vigésimo andar, e não entre dois andares. Parecia minutos, mas levou apenas segundos para a porta se abrir.
Claudio saiu num salto. Aliviado, passou o dorso da mão na testa fria.
Foi até seu escritório. Pegou a pasta que estava bem em cima da mesa. Bem na frente e esquecera de pegar. Pegando a pasta, riu de si mesmo.
Voltou para a frente do elevador.
Podia descer de escada. Afinal, para baixo todo o santo ajuda.
Mas desde que começara a trabalhar ali, nada aconteceu com ele dentro do elevador. Estatisticamente, elevador é o meio de transporte mais seguro.
Pensando nisso, Claudio respirou fundo e entrou.
Apertou o térreo.
É o meio de transporte mais seguro.
Mesmo com as pernas tremendo, se manteve reto. As batidas do seu coração acompanhavam os bipes do elevador enquanto passava pelos andares.
De repente as luzes se apagaram. O elevador parou subitamente.
Claudio andou para trás até encontrar o canto do elevador. O coração acelerado, as mãos suando frio. As pernas tremiam tanto que não o aguentavam, fazendo-o desabar no chão. Sentia uma tremenda falta de ar. Tentava respirar fundo, mas parecia que o ar lhe era cortado.
Com a mão tremendo, procurou o celular no bolso.
Apertou qualquer botão e o visor se acendeu. Engatinhou até o painel e o iluminou com o celular. Apertou o térreo, mas o elevador nem se mexeu. Desesperado, apertou o botão de emergência. Apertou novamente. Insistentemente. Até acreditar que não estava surtindo nenhum efeito.
Claudio estava desesperado. Sentia que ia morrer. O ar não entrava em seus pulmões. Sentia que ia desmaiar.
Agarrou os cabelos tentando se acalmar. Seu corpo todo tremia. As paredes do elevador pareciam diminuir em torno dele.
Num ímpeto, levantou do chão. Tateando as paredes, procurando a porta, acabou chutando seu celular que acabou acendendo. Pegou ele do chão e observou a barra de sinal. Não tinha nenhum.
Iluminou em volta, querendo provar para si que as paredes não estavam diminuindo.
- Socorro! – gritou ele, batendo na porta – Socorro!
Gritou com toda a força que tinha nos pulmões.
O desespero tomou conta. Será que ficaria ali o fim de semana todo?!
O suor frio pingava de seu rosto. Ele tirou o paletó, folgou a camisa.
Um barulho no teto fez sua pele se arrepiar. Iluminou onde ouviu o barulho.
“Isso aqui vai cair”, pensou ele, “Eu vou acabar morrendo”.
Claudio cerrou os dentes sem saber o que fazer. Sua respiração pesada era o único som dentro daquele quadrado escuro. Secou o suor do rosto na manga da camisa.
Agarrou os cabelos, olhando para cima, implorando a Deus que o tirasse logo dali.
Ele tinha que sair. Tinha que achar um jeito. Sua sanidade dependia disso.
Tentou enfiar os dedos pela fresta da porta o máximo que pode e usou toda sua força para afastá-la. Estava vermelho, sem ar de tanta força e a porta não se mexera nem um centímetro.
Claudio agarrou os cabelos. Alguns fios caíram no chão.
Rosnou e seguido de um grito para espantar a loucura começou a socar a porta.
O suor escorria pelo seu rosto. Suas mãos estavam machucadas, vermelhas, mas a porta só tinha uns poucos amassados.
Se afastou e começou a chutar a porta com toda a força. Pisou no celular que acendeu por uma ultima vez antes de apagar totalmente.
Mas uma vez de forma desesperada botou os dedos entre a fresta da porta. Alguns dedos foram arranhados e levaram pequenos cortes com a ferocidade. Claudio continuou forçando a porta para abri-la.
Quando suas forças se esgotaram, Claudio caiu em prantos. Sentou no chão chorando feito um garotinho.
Ia acabar morrendo ali. Ele não queria morrer daquele jeito. Só iam encontrar o corpo dele. Seu coração batia tão acelerado que podia até ouvir as batidas. Agarrou os cabelos, suas mãos doíam, sua cabeça doía, mas tinha que tentar se acalmar. Estava com dificuldade de respirar. Se desmaiasse por falta de ar seria mais fácil. Morreria sem sentir. Seria melhor que morrer de fome ou de sede. Ia ficar preso ali até morrer. Só iam encontrar seu corpo. Já fedendo, em decomposição.
A porta se moveu um pouco. Uma pequena fresta de luz surgiu.
A porta se abriu totalmente.
Um cheiro horrível saiu do elevador. O bombeiro que abriu a porta quase vomitou com o cheiro, e a sensação foi pior quando viu o corpo.
Sangue em toda parte. As mãos feridas apontavam que ele tinha socado as paredes. Tufos de cabelo pelo chão, buracos no couro cabeludo mostravam que ele tinha arrancado os próprios cabelos. Os olhos arregalados, a caneta ensanguentada em uma de suas mãos e o buraco no pescoço indicavam que ele não pode esperar. O resgate chegou tarde demais.
Priscilla é autora do Livro Acordo de Sangue, seu blog: http://priscillavasconcelosaescritora.blogspot.com/
Bons Pesadelos...
30 comentários:
esse foi mais leve, bom...
ainda bem q nunca fikei preso em elevador XD!!
Que cara mais fraco esse mano do elevador :/
Eu gostei do conto, mas não gostei do final.... fico meio estranho como se quem o estivesse contando ficou com preguiça e mato logo o cara xD
E a questão do cheio horrivel também, poderia ter escrito um cheiro de 'morte' por exemplo seria mais interessante, afinal o cara nao ficou dentro do elevador por dias ate apodrecer :P
É, eu concordo com o Ninja... parece q ela terminou de qualquer jeito pq ficou com preguiça de escrever o final (J.K. Rowling feelings HAUH =X). Tbm achei meio esquisito o corpo estar fedendo, pq de certo não abriram o elevador depois de uma semana *-) mas ainda assim eu gosto de narrativa com frases curtas e acho que casa bem com esse enredo mais, ahn, psicológico.
Só que, ah, tenho a impressão que conto de terror, pra funcionar bem, tem que ser aquela coisa com a qual o leitor se identifice, né? (a menos que seja escrito por alguém genial como o Poe heuheuhe =X) Esse deve ser bacana pra quem tem medo de elevador, mas eu nunca tive, então achei fraco =X
meldels
IDENTIFIQUE*
jesus, que coisa feia.
Concordo que deveria ser cheiro de morte, afinal, em 2 dias o corpo não devia estar naquele estado, afinal se passou um dia ao menos?
Pode ser maldade, mas quando meu amigo vem comigo no elevador eu fico balançando pq ele tem medo =D (Um dia vai dar merd-)
testosterous, testosterás, fraquissimo
aah, não gostei :/ não vi nada de medo nisso, nem suspense. também não gostei do outro, do palhaço na festa
interessante. a história não é assustadora no sentido de terror, ela é suspense; foi feita para mexer com o psicológico mesmo, pra vc tentar imaginar um cara neste estado ... imagine se a história fosse de algo que você tem MEDO ?
Bom, apesar do fail de cheiro de podre apos o cara ter ficado lá dentro por apenas um fim de semana, até que a hisoria é boa no sentido de passar o psicológico da pessoa na situação e nos colocarmos dentro da história.
Sério, na parte que o personagem não consegui respirar minha respiração também diminuiu. Sei lá, me coloco demais dentro do sofrimento alheio, apesar de não ter medo de elevadores.
a eu n gostei dessa historia nao e mto assustadora prefiro o conto do lençol e do palhaço
bom não gostei muito desse conto nem do palhaço na festa , ambos pra mim são fraquissimos .
mas sangue fede x-x'' ... em questão so de algumas horas mesmo ...
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eu gostei, foi um pouco mais leve que o outro ^^
coitado do pobre rapaz /.-.
loco o conto ^^
vcs deviam traser mais contos pq e realmente algo bom de ler (e economuzo tempo e dinhero por nao ter q escolher e compra livros XD)
É pode ser que o sangue tenha causado algum mal cheiro, mas não seria tanto para deixar um bombeiro treinado com ansia de vomito :/
E porque o cara nao usou a caneta para abrir a porta do elevador em vez de se matar hehehe é um perdedor mesmo xD
Sei la não consigo me imaginar na situação do cara, medo de elevador pra mim parece uma coisa tao 'retardada'...
Eu tb concordo que a narrativa do conto é muito boa, embora o final deixe a desejar por ser rapido demais.
Esse conto foi bem fraco, porem Lençol foi um conto excelente. A ideia de contos no blog é otima, mas seria ainda melhor se fosse dada prioridade a contos sobrenaturais.
Um abraço a tds
Leckard
Bom,muito bom,o final foi bem repentino mas eu gostei.
Muito bom esse conto, axo q ateh fiquei sem ar! uahuahu'
que porcaria, '-'
no começo,
como o elevador ia parar entre um andar e outro se era so ele que tava la dentro?
e AHAM, ele ia morrer de fome ou de sede mesmo, sendo que no máximo ia ficar lá por 2 dias --'
nota 4 '0'
Fraco.
"como o elevador ia parar entre um andar e outro se era so ele que tava la dentro?"
Uai, isso é mto possível. Eu moro em prédio e várias vezes o elevador deu pane entre um andar e outro.
E eu tbm não tinha me ligado no cheiro do sangue huahuah =X mas tbm não acho que seja pra deixar bombeiro passando mal, enfim. Aliás, me pergunto como é que o cara usou a caneta pra se matar e saiu TANTO sangue =XXX
1º - A história não conta quanto tempo ele ficou lá. Quem garante que foi só um fim de semana. E se tivesse algum feriado até quarta? E se fossem entrar em férias coletivas? E se os trabalhadores fizeram greve? Nunca se sabe.
2º - Dá pra jorrar sangue do corpo fazendo um corte vertical no punho. Uma morte lenta e dolorosa.
adoorei o conto.
medo de elevador pra mim parece uma coisa tao 'retardada'...
Se você for pensar todos os medos são "retardados"
O medo de morrer, por exemplo, porque ter medo de algo que um dia irá acontecer?
Haha eu tenho claustrofobia. :/
Marcos, bom de um lado voce esta certo do outro errado:medo parece idiotice mesmo exemplo tem gente que tem medo de barata de animais ate, mas do outro lado:o medo tddas pessoas tem, nao tente falar que nao tem por que tem sim, entao se a pessoa tem mdo de morte, ela ja esta 'prepadrada' vamos falar
Todas as pessoas tem suas fobias, gente. Pode parecer muito retardado, mas não tem ninguém que não tenha uma fobia. Algumas pessoas tem medo de aranhas, outras até de uma borboleta, e muitas pessoas tem esse medo de lugares fechados.
Gostei do conto, é muito interessante o ponto de vista que as pessoas com essa fobia tem.
"que porcaria, '-'
no começo,
como o elevador ia parar entre um andar e outro se era so ele que tava la dentro?
e AHAM, ele ia morrer de fome ou de sede mesmo, sendo que no máximo ia ficar lá por 2 dias --'
nota 4 '0'"
Nossa, tem coisas que eu realmente duvido de ter lido... pra começar, já ouviu falar em pane? Falta de energia(prédios sem geradores no caso)? Tu acha que se acabar a luz o elevador vai continuar até o andar certo?
E ninguém disse que ele IRIA morrer de fome, o sujeito, no caso, tinha CLAUSTROFOBIA!!! Não leu o título do conto não?! Tem pessoas que realmente não tem o mínimo de massa cinzenta na cabeça...
Eu lembrei q uns dias atraz tava sonhando e nesse sonho morria de medo de elevador !!
Essa história é mal contada, uma pessoa só passa a feder depois de alguns dias, não horas.
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