30 de julho de 2013

O caso Parker-Hulme, quando o amor vira obsessão.


O caso Parker-Hulme foi um assassinato ocorrido em Christchurch, Nova Zelândia, em 1954. O caso teve notoriedade quando uma mulher foi assassinada por sua filha mais velha e sua melhor amiga. O assassinato deu origem ao filme de 1994, “Almas Gêmeas”, que foi o filme que introduziu Kate Winslet no cinema.



Juliet Hulme, de 15 anos, conheceu, na Nova Zelândia, uma colega de escola, Pauline Parker, de 16 anos. Ambas se tornaram boas amigas e sonhavam com uma vida juntas, cheia de fantasia, atores famosos (como James Mason e Orson Welles). Também se soube que tiveram uma espécie de relação lésbica.

Com o passar dos tempos, a intensa relação de amizade que surgiu entre elas vai chegando aos limites do amor obsessivo. Juliet não era nada sem sua Pauline, e Pauline não poderia viver sem sua Juliet. Passam os verões juntas, os invernos e todas as horas do dia uma com a outra. Descobriram que tinham uma imaginação incrível e a utilizaram para criar milhares de histórias.

Pauline (esquerda) e Juliet (direita)
O que elas não sabiam, era que aquela maravilhosa história de amor, acabaria da pior maneira possível. Pauline escrevia um diário, onde expressou todos os seus sonhos e sua rotina diária. Ali haviam histórias, inclusive, de relações sexuais entre ela e Juliet. Ela contava absolutamente tudo ao seu diário, e isso foi o que a delatou. Nos anos 50, na Nova Zelândia e na maioria dos países, a homossexualidade era considerada uma doença mental. Pauline foi diagnosticada de “lesbianismo” pelo médico Kenneth Stallworthy, que procurou a mãe de Juliet. Henry Hulme estava muito preocupado com a relação das duas meninas, porque não via como natural, ou normal. A culpa, é claro, foi colocada em Pauline.


Pouco depois, a ameaça de serem separadas para sempre assombra as garotas, que decidem ir juntas para os Estados Unidos, vender as obras de teatro que escreveram juntas. Contudo, por causa da instabilidade do casamento dos Hulme, a separação se torna evidente e Juliet se vê obrigada a ir à África com sua tia. Pauline decide ir com ela, mas o plano é frustrado quando sua mãe se recusa a permitir que a filha viaje com a amiga. Nesse momento, Pauline percebe que o único obstáculo entre ela e Juliet é Honora Parker, sua mãe.

E, por isso, decidiu matá-la.

No dia 22 de junho de 1954, Honora foi encontrada perto do Parque Victoria, com o crânio destroçado por golpes.



As autoridades encontraram o cadáver e pouco depois, Pauline Parker e Juliet Hulme foram indicadas como as autoras do crime. A prova: os diários de Pauline. Ela havia planejado tudo. Sabiam o que tinham que fazer, e como iam fazer. Juliet lhe ajudaria em tudo.


Em 22 de junho de 1954, as garotas conduziram Honora Parker a um passeio, a pé, pelo parque Victoria, na cidade de Christchurch, onde moravam até então. Em um lugar solitário do parque, Juliet jogou uma pedra de ornamento no chão, fazendo com que Sra. Parker se agachasse para pegá-la. Nesse momento, Pauline havia planejado golpear sua mãe com metade de um tijolo envolto em uma meia. As garotas achavam que isso seria o suficiente para matá-la, entretanto, foram necessários 45 golpes de ambas para finalmente matar Honora Parker. A brutalidade do crime contribuiu para sua notoriedade.


Pauline e Juliet foram levadas a juízo em Christchurch em 1954, e foram declaradas culpadas em 29 de agosto do mesmo ano. Como eram muito jovens para ser submetidas à pena de morte segundo a lei neozelandesa daquela época, foram sentenciadas e condenadas a permanecer presas na graça de Sua Majestade. Na prática, essa sentença significava que permaneceriam presas a critério do Ministro da Justiça. Foram libertadas, separadamente, uns 5 anos depois. Uma das condições para sua libertação foi que jamais voltariam a se ver ou comunicar.

Juliet Hulme logo após a libertação, mudou seu nome para “Anne Perry”, usando o sobrenome de seu padrasto. Voltou para a Inglaterra, para morar com sua mãe, no povoado escocês de Portmahomack. Se tornou uma famosa escritora de livros sobre assassinatos, histórias de detetives e mistérios. Nunca se casou, nem teve filhos.

Anne Perry
Pauline Parker, também após ser libertada, mudou seu nome. Se chamaria “Hilary Nathan”. Depois de passar um tempo vivendo na Nova Zelândia, ante a vigilância das autoridades, se mudou para a Inglaterra. Ingressou em um convento católico e se converteu. Atualmente, também reside na Inglaterra, nas ilhas Órcades. Não se casou, nem teve filhos. Se negou a falar com a imprensa sobre o assassinato de sua mãe, e apenas disse ter remorso e estar arrependida.

Hilary Nathan
Acredita-se que nenhuma delas jamais voltou a se encontrar.


Post by: Loucifre
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Video do Caso pelo canal Muita Brisa:





Bons Pesadelos...

44 comentários:

Rafael Correia disse...

Psicóticos martirizando a falta de sexo, o resultado não podia ser outro.

Fim.

Lipe disse...

É uma pena que tudo isso tenha acontecido só por causa do preconceito.

Lust disse...

Claro. Mata, vai preso, depois liberam e ganha dinheiro vendendo histórias e contos de assassinato que com certeza não foram apenas "criações", mas sim fantasias de como elas matariam outras pessoas que ficassem contra elas. Se elas não tivessem sido pegas, provavelmente não parariam na mãe de Pauline.

destructor disse...

concordo cm o lust

Contos diversos disse...

Mas maar uma pessoa planejando é fácil e dependendo de como vc pensa ñ é descoberto, por exemplo: Chame uma pessoa q vc ñ goste para lhe ajudar a preparar umas coisa para uma festa, vc põe veneno na comida e o frasco nas coisas dessa pessoa, depois vc come quase nada, as pessoas morrem, a policia descobre o frasco nas coisas do seu inimigo e vc ainda despista adoecendo!

PS: Pensei tudo agora kkkk

Marcelle disse...

que história triste :(

Huff-Maurício disse...

Nossa senhora!
Vejam a diferença entre uma senhora que se cuidou, investiu nos avon e nos boticario (Anne Perry) e uma que não fez isso..

Paula Nascimento disse...

Mata a mãe e depois vira freira... é isso mesmo !? oh god!
Bem que eu estranhei o titulo ser "quando o amor vira obsessão" e a foto ser de duas mulheres >_<
se o mundo fosse menos preconceituoso talvez isso não tivesse acontecido... apesar de que obviamente as meninas tinham psicopatia, sociopatia ou algum problema do tipo, porque matar uma pessoa com uma frieza dessas...

andressa sombra disse...

Recordo de ver esse filme pela primeira vez aos 7 anos, até hoje é um dos poucos filmes que me prende a atenção e me fascina (uma louca apaixonada por filmes/histórias/contos baseados em fatos reais), a uns dias atrás revi esse filme, digo as pessoas que é um filme ótimo, mesmo tendo um tom obscuro, mas ocorrido por um amor incondicional. Tratando-se da época do ocorrido, claro, que não justifica o assassinado, embora ainda HOJE haja a discriminação e preconceito de muitos quando o assunto é a orientação sexual (então imagine naquela época, não é?). Escrevo desde muito nova contos e estórias obscuras na qual inspirei-me neste filme (hoje com contos um tanto quanto realísticos e atuais, no qual me perguntam coisas absurdas depois de ver a expressão dos leitores, rs).

Kakarotto-Kun disse...

Eu tenho esse filme, maior brisa louca xD

agatodemonbear disse...

preconceito sempre estragando a vida de quem só quer amar.

Thamires Kelly disse...

Só tive pena da Pauline, que matou sua mãe e ficou sem ela depois que ela e Juliet se separaram :( já a Juliet foi morar e ficar com a sua mãe. Ela devia ter pensado melhor :( poxa

Daniel Oyamada disse...

Concordo que disseram aí, com certeza as meninas deveriam ter psicopatia ou sociopatia, mas... antes disso elas deveriam ser felizes e talvez não vissem motivação para matar alguém :\ tanto que, pelo que eu entendi, elas não chegaram a matar mais ninguém depois disso, né? se fosse um homem ou uma mulher com o mesmo caso, todos achariam o 'amor entre eles lindo', aceitariam numa boa e a mãe de ninguém morreria XD mas como eram duas mulheres que verdadeiramente sentiam uma forte amizade, amor, e desejos uma pela outra, isso foi considerado errado, e foram privadas de estarem com a pessoa que elas verdadeiramente amavam. Eu sou hétero, mas não tenho nada contra homossexualismo, acho que qualquer forma de amor é valida desde que as pessoas envolvidas estejam felizes e de acordo, e que elas não prejudiquem ou interfiram na vida de terceiros.

destructor disse...

acho q n é só por que um romance n da certo q tem q matar a pessoa q atrapalha isso td. tipo élas sao loucas :/, já pensou c matacemos todos q nos atrapalhao?

Anarquista disse...

Será que este caso ou filme inspiraram aquele episódio dos Simpsons em que a Lisa arruma uma amiga (também chamada Juliet, se não me engano) e que ambas começam a escrever um livro de fantasia juntas?

asd disse...

preconceito sempre estragando a vida de quem só quer amar.
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Na verdade não era preconceito, homossexualismo sempre foi considerado doença mental, só deixou de ser por pressão de movimentos pró-gay... Homossexualismo sempre foi antinatural(alguns animais tbm possuem essa ''desordem psiquica'', pois homossexuais não se reproduzem, e o unico objetivo de todo ser vivo nesse planeta é se reproduzir...

Lithhh disse...

"asd", você tem que ser um inútil pra caralho pra o seu único objetivo ser se reproduzir.
Conservadores e "bolsonaristas" como sempre falando bosta.

††Lady†† ††Milano†† disse...

O filme é lindo! Todo mundo sendo hipócrita, mas queria ver se sofressem preconceito como elas...

Douglas Adriano disse...

Homossexualismo ainda não é bem aceito atualmente, imagina 60 anos atrás.
Se for pra começar a matar qualquer obstaculo que apareça na minha frente fudeu o mundo, serei pior que o Hitler.

Unknown disse...

Concordo

Daniel Oyamada disse...

"e o unico objetivo de todo ser vivo nesse planeta é se reproduzir... "
então pessoas estéreis não tem direito de estarem no mundo? :\ que nada a ver...se eu decidir me casar e não ter filhos isso é problema meu @.@ o que incomoda tanto os gays serem felizes com quem eles amam?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

...

Steeph Mebarak* disse...

Se vc analisar bem ,é uma bonita história de amor. Eu apenas achei triste o final,ngm se casou nem tiveram filhos.

Carina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
St. Clair disse...

Estamos ignorando o fato de que antes do assassinato, isso ja era uma obsessao! Conheci um casal hetero que chegaram a mudar de estado e nunca mais falar com familiares por conta das familias irem contra o relacionamento. E eles vivem hoje ate bem, mas um nao faz nada sem o outro, chegando ate trabalharem e estudarem juntos

Anônimo disse...

"Se vc analisar bem ,é uma bonita história de amor. Eu apenas achei triste o final,ngm se casou nem tiveram filhos."

Quase uma literatura de Shakespeare, só que mais trágico, talvez. Eu diria que se fosse escrito de modo poético, seria lindo, mais bonito do que um simples documentário.

Anônimo disse...

Estamos ignorando o fato de que antes do assassinato, isso ja era uma obsessao! Conheci um casal hetero que chegaram a mudar de estado e nunca mais falar com familiares por conta das familias irem contra o relacionamento. E eles vivem hoje ate bem, mas um nao faz nada sem o outro, chegando ate trabalharem e estudarem juntos

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Não acho que seja doença. Quando as pessoas se conhecem a fundo, sem guardar segredos, sem mentiras, elas acabam se completando, um se tornando parte do outro. O que uns veem como obsessão, eu vejo como amor verdadeiro. Veja Romeo e Juliet, é um caso de amor obsessivo, como vocês gostam de chamar.

Unknown disse...

Triste porem um amor bem louco.

Rahija disse...

Quando eu tinha 12 anos, vi esse filme passando na madrugada. Comecei a assistir só pra ver se dava sono e no final fiquei vidrada nele e por muitos anos me lembrava da cena em que elas matam a mãe. Vale muito a pena assistir, principalmente pra tentar entender o que passa na cabeça das meninas.

Unknown disse...

Baixei o filme depois que li esse post, muito bom o filme.

Riquifer Ferreira disse...

Assisti ao filme depois de ler este post. Tenso mesmo a obsessão de uma pela outra.

Daia disse...

Acredito que não foi só por conta do preconceito, acho que por qualquer outro motivo, essas duas iriam acabar cometendo algo parecido ou pior. O foda é depois de 5 anos elas estarem livres e belas, com nomes diferentes e uma delas ainda ganhando dinheiro com historias que por pouco não viram realidade, se é que não são!!!

Vanessa Tamires ❧ disse...

Post supimpa!
Fiquei com muita vontade de ver o filme :)

Vanessa Tamires ❧ disse...

Engraçado que assim como na vida real
Anne virou uma escritora famosa e Kate tbm subiu na vida com Titanic
Pauline ficou acabada e virou anonima.. e Melaine o único papel mais interessante que fez dps disso foi aquele do Two And Half man xD

Unknown disse...

Psicopata detected

Unknown disse...

Tem um episodio dos simpsons que a lisa conhece uma garota, e elas nao se separam por nada, e começam a criar historias fantasiosas, ate que a marge fala que essa amizade nao e saudavel e as duas fogem, pelo menos ela nao mato a mae, acho uma bela de uma referencia, bem triste tambem, no episodio elas tambem se separam...

Unknown disse...

Nao acho que ele quis dizer isso, pq realmente o proposito dos animas, incluindo o ser humano, é a reproduçao e a prpagaçao da especie, mas no nosso caso, temos conciencia, o que nos da a escolha de amar o sexo oposto ou o proprio sexo, o q difere de animais, que so se relacionam para a reproduçao

Unknown disse...

Tambem pensei nisso, é muita coincidencia, muito bom o episodio tbm

Unknown disse...

Que maldade, só pq uma conhece os produtos jequiti...

Sonia Santtus disse...

deve ser emocionante ler um livro sobre assassinato escrito por um assassino... kkk

Anônimo disse...

Todo isso aconteceu porque eram desequilibradas...Não tentem ser simplistas acusado um conceito.

Unknown disse...

Anne Perry usou Avon e Hilary Nathan usou Jequiti. Kkkkkk

Guilherme Junqueira de Almeida disse...

"...Uma das condições para sua libertação foi que jamais voltariam a se ver ou comunicar."

Isso não é justiça, é picuinha.